quinta-feira, 25 de abril de 2019

Abril Azul: web palestra aborda Transtorno do Espectro Autista

Estivemos no último dia 24 de abril, junto ao TelessaudeRS/UFRGS realizando a Webpalestra Transtorno do Espectro Autista, voltada a profissionais da saúde.

Realizada de forma interdisciplinar, a conversa abordou aspectos desde a suspeição diagnóstica até o tratamento deste transtorno cada vez mais reconhecido.


Certificados para quem assistir a webpalestra ainda estão disponíveis até 27 de abril de 2019.

Objetivo:
(1) Revisar características clínicas e aspectos diagnósticos
(2) Discutir as principais etiologias genéticas e adquiridas e fluxo de investigação dos casos
(3) Abordar aspectos fundamentais de seguimento e terapêutica do Transtorno do Espectro Autista

Palestrantes: Ana Karolina Maia de Andrade (médica geneticista), Bibiana Mello de Oliveira (médica geneticista) e Fernanda Feuerharmel Silva (médica neuropediatra)

Público-alvo: Profissionais da saúde

Acompanhe o TelessaudeRS através das mídias sociais, website e Youtube, esta é uma excelente ferramenta de informação atualizada e de qualidade. Assista também nossas palestras sobre Doenças Raras (fevereiro de 2019) e Síndrome de Down (março de 2019).

terça-feira, 16 de abril de 2019

17 de abril: Dia Mundial da Hemofilia


Resultado de imagem para hemofilia 14 abrilA hemofilia é um distúrbio de sangramento que retarda o processo de coagulação do sangue. Pessoas com esta condição podem apresentar sangramento prolongado após uma lesão, cirurgia ou pequenos procedimentos. Em casos graves de hemofilia, ocorre sangramento contínuo após pequenos traumas ou mesmo espontaneamente. Formas mais leves de hemofilia não envolvem necessariamente sangramento espontâneo, e a condição pode não se tornar aparente até que ocorra sangramento anormal após uma cirurgia ou uma lesão grave.

Os principais tipos desta condição são hemofilia A (também conhecida como hemofilia clássica ou deficiência de fator VIII) e hemofilia B (também conhecida como deficiência de fator IX). Embora os dois tipos tenham sinais e sintomas muito semelhantes, eles são causados ​​por mutações em genes diferentes. Pessoas com uma forma incomum de hemofilia B, conhecida como hemofilia B de Leyden, apresentam episódios de sangramento excessivo na infância, mas apresentam poucos problemas de sangramento após a puberdade.

As duas formas principais de hemofilia ocorrem muito mais comumente em homens do que em mulheres. A hemofilia A é o tipo mais comum da doença; 1 em 4.000 a 5.000 homens em todo o mundo nascem com esse distúrbio. A hemofilia B ocorre em aproximadamente 1 em 20.000 homens recém-nascidos em todo o mundo.

Hemofilia A e hemofilia B são herdadas em um padrão recessivo ligado ao cromossomo X. Os genes associados a essas condições estão localizados no cromossomo X, que é um dos dois cromossomos sexuais. Nos homens (que têm apenas um cromossomo X), uma cópia alterada do gene em cada célula é suficiente para causar a condição. Nas mulheres (que têm dois cromossomos X), uma mutação teria que ocorrer em ambas as cópias do gene para causar o distúrbio. Como é improvável que tenham duas cópias alteradas desse gene, é muito raro que as mulheres tenham hemofilia. Uma característica da herança ligada ao X é que os pais não podem transmitir características ligadas ao X para seus filhos meninos.

Na herança recessiva ligada ao X, uma mulher com uma cópia alterada do gene em cada célula é chamada de portadora. As mulheres portadoras têm cerca de metade da quantidade usual de fator VIII de coagulação ou fator IX de coagulação, o que geralmente é suficiente para a coagulação normal do sangue.

Para mais informações e para receber aconselhamento genético caso a caso, procure seu médico(a) geneticista.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Conferência Mundial de Glicogenoses 2019 será sediada no Brasil

A 5ª Conferência Internacional GSD (IGSD2019) ocorrerá em Porto Alegre, de 14 a 16 de novembro de 2019. 

A imagem pode conter: texto

O objetivo do IGSD2019 é conectar especialistas e pacientes com glicogenoses, compartilhar ideias, estimular a colaboração internacional e melhorar as perspectivas futuras do melhor atendimento da Glicogenose hepática e muscular a todos os pacientes e famílias.

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O IGSD2019 irá ocorrer no Centro de Convenções do Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, e contará com o apoio científico e operacional do Serviço de Genética Médica - Unidade Metabólica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

Temas:

  • Glicogenoses hepáticas e musculares
  • Novas perspectivas terapêuticas e pesquisas  no campo das Glicogenoses


Doença de Parkinson e Genética

Abril é o mês da Conscientização da Doença de Parkinson.

A doença de Parkinson é uma doença progressiva do sistema nervoso. O distúrbio afeta várias regiões do cérebro, especialmente uma área chamada substantia nigra que controla equilíbrio e movimento.

Muitas vezes, o primeiro sintoma da doença de Parkinson é tremor de um membro, especialmente quando o corpo está em repouso. Normalmente, o tremor começa em um lado do corpo, geralmente em uma mão. Os tremores também podem afetar os braços, pernas, pés e face. Outros sintomas característicos da doença de Parkinson incluem rigidez dos membros e tronco, movimento lento (bradicinesia) ou incapacidade de se mover (acinesia), e equilíbrio e coordenação prejudicados (instabilidade postural). Estes sintomas pioram lentamente ao longo do tempo.



A doença de Parkinson também pode afetar as emoções e a capacidade de pensar (cognição). Alguns indivíduos afetados desenvolvem condições psiquiátricas, como depressão e alucinações visuais. Pessoas com doença de Parkinson também têm um risco aumentado de desenvolver demência, que é um declínio nas funções intelectuais, incluindo julgamento e memória.

Geralmente, a doença de Parkinson que começa após os 50 anos é chamada doença de início tardio. A condição é descrita como doença de início precoce se os sinais e sintomas começarem antes dos 50 anos. Os casos de início precoce que começam antes dos 20 anos são por vezes referidos como doença de Parkinson de início juvenil.

A maioria dos casos de doença de Parkinson provavelmente resulta de uma complexa interação de fatores ambientais e genéticos. Esses casos são classificados como esporádicos e ocorrem em pessoas sem história aparente do transtorno em sua família. A causa desses casos esporádicos ainda não está clara.

Aproximadamente 15% das pessoas com doença de Parkinson têm histórico familiar desse distúrbio. Casos familiares da doença de Parkinson podem ser causados ​​por mutações nos genes LRRK2, PARK7, PINK1, PRKN ou SNCA, ou por alterações em genes que não foram identificados. Mutações em alguns desses genes também podem desempenhar um papel em casos que parecem ser esporádicos (não hereditários).

Alterações em determinados genes, incluindo GBA e UCHL1, não causam a doença de Parkinson, mas parecem modificar o risco de desenvolver a doença em algumas famílias. Variações em outros genes que não foram identificados provavelmente também contribuem para o risco de doença de Parkinson.

A maioria dos casos de doença de Parkinson ocorre em pessoas sem história familiar aparente do transtorno. Esses casos esporádicos podem não ser herdados ou podem ter um padrão de herança desconhecido.

Entre os casos familiares da doença de Parkinson, o padrão de herança difere dependendo do gene que é alterado. Se o gene LRRK2 ou SNCA estiver envolvido, o distúrbio é herdado em um padrão autossômico dominante, o que significa que uma cópia de um gene alterado em cada célula é suficiente para causar o distúrbio.

Se o gene PARK7, PINK1 ou PRKN estiver envolvido, a doença de Parkinson é hereditária em um padrão autossômico recessivo. Este tipo de herança significa que duas cópias do gene em cada célula são alteradas.

Quando alterações genéticas apenas modificam o risco de desenvolver a doença de Parkinson, o padrão de herança é geralmente desconhecido.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Deficiência de Biotinidase: saiba mais

A deficiência de biotinidase é um erro inato do metabolismo, de causa genética, caracterizada pelo mau funcionamento de uma enzima. Enzimas são proteínas responsáveis por auxiliar o organismo a realizar diversas reações químicas, como a digestão de alimentos, a retirada de substâncias tóxicas e a obtenção de energia para o adequado funcionamento cerebral.


No caso desta doença, a enzima que tem o funcionamento comprometido se chama biotinidase. Ela é responsável por separar e liberar a vitamina biotina dos alimentos (vitamina B7 ou B8). Uma vez livre, a biotina auxilia outras enzimas na quebra de algumas gorduras, carboidratos e proteínas. A biotinidase também recicla a biotina, permitindo a reutilização da vitamina pelo organismo. Assim, não é preciso ingerir grandes quantidades da biotina pelos alimentos.

Quando a enzima biotinidase não funciona adequadamente, ou seja, quando ela tem a atividade deficiente, a liberação da vitamina biotina também é prejudicada. A vitamina não consegue ser liberada dos alimentos e, por isso, não é utilizada pelo organismo. Para compensar a falta dessa enzima, o corpo precisa de grandes quantidades da vitamina biotina já livre.

A deficiência de biotinidase pode ser classificada como parcial ou profunda, dependendo do nível de comprometimento da atividade enzimática.

Quanto mais cedo a deficiência de biotinidase for diagnosticada, mais rápido é iniciado o tratamento com reposição da vitamina biotina livre e menos chances terá a criança de manifestar os sinais e sintomas características da doença.

Por esse motivo, o exame de triagem neonatal (ou teste do pezinho), realizado em todos os recém-nascidos é fundamental para o diagnóstico precoce, ainda antes de haver qualquer tipo de manifestação clínica.

A prevalência da deficiência de biotinidase pode variar de acordo com a população estudada. No Brasil, estima-se uma incidência aproximada de 1 criança acometida para cada 60.000 nascidos.


Diagnóstico:

O diagnóstico precoce da deficiência de biotinidase só é possível pela realização do exame de triagem neonatal (teste do pezinho). Este exame laboratorial, coletado entre o 3º e o 5º dia de vida, permite avaliar o nível da atividade da enzima biotinidase.

O resultado positivo indica que a atividade da enzima está baixa, o que representa suspeita para a doença. Neste caso, nova amostra de sangue em papel filtro deve ser colhida. Diante de um segundo resultado alterado, a criança é encaminhada para consulta médica e o tratamento já é iniciado.

No terceiro mês de vida, uma nova amostra de sangue é colhida para confirmar ou afastar a suspeita de deficiência de biotinidase a partir de um teste quantitativo.

Os resultados do teste quantitativo podem apontar:
  • Deficiência de biotinidase profunda: atividade da enzima menor que 10% da atividade média normal.
  • Deficiência de biotinidase parcial: atividade da enzima encontra-se entre 10% a 30% da atividade média normal.
  • Atividade reduzida porém sem deficiência (neste caso não há indicação de tratamento, mas é importante procurar atendimento com um médico geneticista para aconselhamento genético e investigação adequada).
Importante! O diagnóstico torna possível o início imediato do tratamento, o que evita a manifestação da doença e garante que a criança cresça e se desenvolva normalmente.

Os pacientes com testes de triagem alterados (parcial ou total), identificados pela análise da enzima biotina, serão classificados como suspeitos até a confirmação ou não do diagnóstico, que será estabelecido a partir do teste quantitativo da atividade de biotinidase, podendo ser ou não complementado com estudo genético-molecular, para detecção de mutações no gene da biotinidase (gene BTD) localizado no cromossomo 3p25.


Sinais e sintomas:

Caso não tratada, a deficiência de biotinidase geralmente manifesta-se a partir do terceiro mês de vida com distúrbios neurológicos e cutâneos tais como crises epiléticas, hipotonia, microcefalia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, alopecia e dermatite eczematoide. Nos pacientes com diagnóstico tardio podem observar-se, distúrbios visuais, auditivos, assim como atraso motor e de linguagem.

Algumas das manifestações clínicas (em caso de não-tratamento ou tratamento tardio) incluem:
  • Atraso de desenvolvimento
  • Convulsões
  • Problemas respiratórios: apnéia (ausência de respiração), taquipnéia (respiração rápida), hiperventilação, respiração ruidosa
  • Problemas de pele: seborreia, dermatite, erupções de pele
  • Queda de cabelo parcial ou total (alopécia)
  • Hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e do baço)
  • Perdas de audição e visão
  • Problemas na fala
  • Problemas na coordenação dos movimentos (ataxia)
  • Infecções repetidas
  • Hipotonia (tônus muscular reduzido)
  • Letargia (sensibilidade e funcionamento motor lentos)
  • Acidemia láctica (acúmulo de ácido lático no organismo)
  • Coma

E depois da confirmação? Como tratar?

O tratamento da deficiência de biotinidase consiste na ingestão oral da vitamina biotina, por toda a vida. A dose determinada é de 10 mg por dia, tanto nos casos de deficiência total como deficiência parcial.

Na primeira consulta médica, antes mesmo da confirmação diagnóstica pelo teste quantitativo, o tratamento com a biotina já é iniciado. De modo geral, a ingestão de biotina não ocasiona efeitos colaterais.

O diagnóstico precoce, com o início do tratamento ainda nos primeiros meses de vida, assegura ao bebê uma vida normal sem qualquer sintoma da doença. Em crianças diagnosticadas precocemente, o uso de biotina preveniu as anormalidades clínicas e bioquímicas. Estudos demonstram que quanto mais precocemente o tratamento é instituído, melhor é a resposta clínica.

Não há nenhum outro cuidado específico além da reposição com a vitamina e do acompanhamento médico regular. Sugere-se que o acompanhamento com um médico pediatra ou geneticista com experiência no tratamento de erros inatos do metabolismo, em geral com a seguinte periodicidade de consultas médicas, podendo haver variações caso a caso:
  • Até um ano de vida: a cada três meses
  • De um a dois anos: a cada seis meses
  • Acima de dois anos: consultas anuais

terça-feira, 2 de abril de 2019

Dia Mundial da Conscientização do Autismo

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é lembrado no dia 2 de abril e tem como objetivo destacar os obstáculos que as pessoas com autismo - e também seus familiares e cuidadores - enfrentam todos os dias. Como um problema de saúde global, o autismo é uma questão que necessita de entendimento crescente por parte dos profissionais e também da sociedade como um todo.

A prevalência dos transtornos do espectro autista (TEA) é de cinco a cada 1.000 crianças, sendo mais frequente no sexo masculino. A origem do autismo é heterogênea e pode variar caso a caso, e a etiologia ainda é parcialmente desconhecida, porém diferentes síndromes genéticas podem ter o autismo como parte do quadro clínico. Tem-se demonstrado que cerca de 5-10% dos casos apresentam pequenas alterações do genoma chamadas variação do número de cópias (microdeleções ou microduplicações) que podem ser detectadas por técnicas de análise genômica (Figura 1). Assim como em outros transtornos de causa multifatorial, os riscos de recorrência do autismo são baseados em estimativas empíricas, ou seja, pela observação direta da recorrência da anomalia em diversas famílias.

Figura 1: Ilustração das causas de TEA e respectiva proporção.
Para mais informações procure aconselhamento genético com um médico geneticista.

Os transtornos do espectro autista caracterizam-se por 
a) limitação ou ausência de comunicação verbal; 
b) prejuízo na capacidade de interação social; e 
c) padrões de comportamento estereotipados e ritualizados. 

São classificados como transtornos do espectro autista o autismo típico, a síndrome de Asperger e o transtorno global do desenvolvimento. Os sintomas e o grau de comprometimento variam amplamente de indivíduo para indivíduo, mesmo quando consideramos apenas uma das classes do espectro. 

Cerca de um terço dos casos de autismo ocorre em associação com outras manifestações clínicas, como nos casos decorrentes de alterações cromossômicas ou que fazem parte do quadro de alguma doença genética conhecida. As doenças genéticas mais comumente associadas ao autismo são a síndrome do cromossomo X-frágil, a esclerose tuberosa, as duplicações parciais do cromossomo 15 e a fenilcetonúria não tratada.


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